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            O CASTOR, O SAPO E 
            A COBRA-D'ÁGUA 
              
               
                         
                          
                       
                       
                        
                 
            O Sapo 
            e 
            o Castor cresceram juntos na mesma lagoa e eram os melhores dos amigos.  Eles 
            tinham um grande carinho um pelo outro, conversavam com frequência e 
            um visitava a casa do outro. Eles se conheciam havia 
            tanto tempo que tinham amigos em comum na lagoa e até mesmo 
            no entorno dela. 
              
               
                         
                          
                       
                       
                        
                 
            
            
              
              
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                     Era 
            muito comum encontrá-los sentados na represa do Castor conversando, e rindo, e 
            assistindo ao por-do-sol. 
              
               
                         
                          
                       
                       
                        
                 
            Um dia, o Castor recebeu a visita de uma 
                  Cobra-d´água e a achou interessante, e divertida, e um 
            prazer tê-la por lá. Ele sabia que muitos de seus amigos na lagoa tinham 
            medo da cobra, mas o Castor não estava assustado, pois Cobras-d´água 
            não caçam nem comem castores. Surgiu então uma amizade entre 
            o Castor e a Cobra-d´água e eles passaram a visitar um ao 
            outro com frequência. 
              
               
                         
                          
                       
                       
                        
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                        Dias 
            e semanas se passaram, e o Castor percebeu que seu 
            amigo, o Sapo, parou de visitá-lo. Quanto mais o Castor pensava sobre isso, 
            todos os seus amigos da lagoa iam parando de visitá-lo, exceto 
            a Cobra-d´água. O Castor estava sentindo a falta do Sapo, então decidiu ir 
            procurá-lo pelo lagoa, e o encontrou nadando com o amigo deles, 
            o 
              
               
                         
                          
                       
                       
                        
                Rato-d´água. 
            
             
              
              
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              O Castor deu um gingado e perguntou: “Por onde você 
            andou, meu amigo?” 
              
               
                         
                          
                       
                       
                        
                 
             
               Com uma voz brava, o Sapo grasnou alto: “Você ficou amigo 
            da minha inimiga, a Cobra-d´água. A cobra caça e come sapos 
            como eu e você sabe disso. Eu já vi muitos 
            girinos e sapos virarem jantar de cobra, e mesmo assim agora você 
            é amigo dela.  
              
               
                         
                          
                       
                       
                        
                 
             
                          
                 O Castor encolheu os ombros: “Sapo, 
            eu não vejo como a minha amizade com a Cobra 
            tenha alguma relação com a amizade que você e eu compartilhamos. São 
            duas coisas diferentes.” 
              
               
                         
                          
                       
                       
                        
                  
              
               
                         
                          
                       
                       
                        
                 
                        
                         
              
              
               
                         
                          
                       
                       
                        
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            O Rato-d´água riu do Castor e disse: “Você 
            nunca deve ser amigo do inimigo de um amigo seu. Todos nós vimos sua 
            falta de lealdade para com o Sapo e nenhum de nós confia mais em 
            você. Vá embora.”  
              
               
                         
                          
                       
                       
                        
                 
                        
                        
                       
                
              
               
                         
                          
                       
                       
                        
                 
            O Castor foi para casa e pensou: “Bem, eu 
            perdi todos os meus velhos amigos, mas ao menos a Cobra-d´água ainda 
            é minha amiga.” Quando o Castor chegou à sua casa, a Cobra-d´água 
            estava esperando por ele. O Castor sorriu: “Olá, meu amigo.” 
              
            
              
             A Cobra-d´água riu. “Não sou sua amiga. Eu só vim ver você nas 
            últimas semanas porque eu vi que você tinha amigos que eu 
            poderia comer. Eu fiquei de barriga cheia com seus amiguinhos, 
            mas aqueles que sobraram pararam de te visitar... E eu também vou 
            fazer o mesmo.” 
              
               
                         
                          
                       
                       
                        
                 
            (Hávamál 
            Estrofe 43) 
                          
                       
                      
                        
               
              
               
                         
                          
                       
                       
                        
                 
            Tradução e versão: 
            Janaina O. Luna Kindred Sudris Oðir 
            Hrafnar São Paulo, Brasil. Contato:  mane_maane@yahoo.com 
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